sábado, 14 de fevereiro de 2009

Snow Trip

Há umas semanas atrás, estava o Gadelhas em Portugal a tratar dos seus assuntos, perguntaram-me se queria ir fazer snowboard ou ski. Claro que quero.

Juntámos um grupo, mais tarde denominado "The Team" constituído por: Julien (Fra), Nathanael (Fra), Mathias (Fra), Marc (Esp) e eu.

Alugámos um carro. Pedimos um Clio de 3 portas para ser mais barato, deram-nos uma carrinha Peugeot 207 pelo mesmo preço, nada mau.

Equipa constituída, malas feitas, pegámos no carro e pusemo-nos a caminho.


Praticamente três horas mais tarde, e depois de matar as saudades de conduzir, chegámos a Karlov, no norte da República Checa. O Julien tem cá GPS (por ter vindo de França de carro) e por isso foi fácil descobrir o sítio exacto onde iríamos ficar.


Numa vila muita simpática, onde tudo estava coberto de neve, tínhamos reservados dois quartos. Excelentes condições e a 10 minutos de carro das pistas.

Depois de almoço, fomos alugar o material para os três dias. Eu e o Mathias quisemos snowboard e os outros três quiseram ski.


Tudo pronto. Lá fui eu desvirgindar-me no snowboard.
Todos os outros já tinham feito snowboard ou ski várias vezes e, por isso, estavam muito mais avançados que eu.
No princípio, apesar de achar que mesmo assim os anos que andei de skate ajudaram bastante, estava mais tempo com a cara, rabo, cotovelos, joelhos, ou o corpo intereiro espetado na neve, do que a fazer qualquer coisa parecida com snowboard.



Como ninguém me ensinou nada, caí à vontade 50 vezes até ao final do dia, apesar de ter começado a dominar ligeiramente aquilo. Joelhos inchados, cabeça ligeiramente dorida, braços e pernas todos partidos e entretanto acho que já não tinha rabo de tanto cair. Ainda assim, muito feliz.


Entretanto, o Mathias tinha feito um corte num dedo e tinha mesmo que o desinfectar e ligar. Com a ajuda do GPS, fomos à farmácia mais próxima (meia hora de caminho).

Jantámos na vila de Brunthal e depois disso pusemo-nos a caminho de casa.
O GPS indicou-nos um caminho mais curto. Seguimo-lo. A dada altura virei à direita, como sugeriu a Catarina do GPS.

O caminho era escuro, não havia uma única luz à parte dos faróis. Mal havia luz lunar. À nossa volta só árvores altas, uma floresta densa de um lado e do outro. Neve e gelo na estrada.
À nossa direita, um moral de flores mortas entre duas árvores, uma cruz e uma fotografia. Sinistro.

Seguimos em frente. A conversa no carro era sobre o filme "Hostel", sobre espíritos e coisas que tais. Dizíamos que ia aparecer uma mulher toda de branco no meio das árvores. Nós riamo-nos e gozávamos com o Mathias que estava cheio de medo e dizia "I'm scared but I will fight" enquanto dava pulinhos estúpidos.

Nisto, passo um cruzamento e sinto que estou a perder o controlo do carro por causa do gelo. Páro e tento fazer inversão de marcha mas também não posso ir para trás. O carro começa a deslizar para uma vala à beira da estrada. Puxo o travão de mão e digo várias palavras em várias línguas que não ficariam bonitas aqui no blog.

À nossa volta, só árvores em todos os lados, continua a não haver uma única luz. Só se ouve o vento das folhas nas árvores.

A solução é empurrar o carro. Mas é complicado, nós próprios escorregamos no gelo. Se destravasse o carro ele cairia na vala e seria impossível tirá-lo de lá.

Vinte minutos mais tarde, depois de eu ir soltando o travão aos poucos enquanto eles empurravam de lado o carro (para não ir parar à vala), conseguimos voltar ao cruzamento e ir por outro caminho.

Chegámos a casa e rimo-nos mas na altura o medo ainda se fez sentir. Não dos espíritos ou da mulher de vestido branco (como o medo doMathias) mas sim, que o carro caísse na vala e tivéssemos que lá passar a noite.

Dia seguinte, mais um dia de quedas. Não tantas, mas ainda assim bastante dolorosas. Ia ganhando confiança, ia ganhando velocidade e...záaas! Chão.
Mas foi um grande dia, já deu pa sentir a adrenalina do snowboard com menos neve na cara.


De rastos e gelados, fomos para casa deixar o material (o Marc ia sempre com o vidro aberto para as pranchas caberem no carro, pobre infeliz).



Fomos para um bar beber umas cervejas e só depois fomos para casa. Tomámos banho, eu e o Marc cozinhámos, os outros lavaram a cozinha.

No dia seguinte fomos mais cedo para as pistas e passámos lá o dia todo. Já os conseguia acompanhar praticamente à mesma velocidade que eles. Já conseguia fazer as pistas inteiras sem cair e tirar um gozo enorme do snowboard. Adorei e quero repetir o mais rápido possível.

Fim do último dia desportivo. Tomámos banho e conduzi de volta a Brno enquanto os quatro estarolas dormiam.


Durante estes três incríveis dias, rimo-nos como se não houvesse amanhã, divertimo-nos mesmo à grande e surgiram cinco alcunhas.

Julien - Jukebox
Nat - Priest
Marc - Jew
Mathias - Little Monkey
Diogo - Gipsy

The team.


Foram dias brutais e ficaram as frases "Elle a joue avec ma bite" e "I'm scared but I'll fight"! Muito bom.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Viagem a Estocolmo

Os espanhóis estavam na net a ver viagens baratas...e surge ida e volta a Estocolmo por 10€. Marcámos viagem: 3 portugueses (eu, Joana e Inês), 2 franceses (Julien e Mathias), 1 eslovaco (Roman) e 6 espanhóis (Miguel, Marc, Héctor, Rebeca, Marta e Sílvia).

Dia 7 apanhámos o comboio para Bratislava, e de lá, avião para a Suécia.
Chegámos tarde, feito o chek-in no hostel já eram 3 da manhã e fomos comer. Encontrámos um fast-food (preciso de uma séria desintoxicação em Lisboa) e voltámos para o hostel para dormir.


Acordámos cedo, ou quase. Um muffin e um copo de leite custaram-me 4€ num café banal.

Passo a explicar. Estocolmo é extremaente caro (como já repararam). Um passe de transportes públicos para 3 dias custou-nos 20€, um café num café qualquer de esquina custa 2€, uma cerveja de 0,4L num Sports Bar custa 4€. Não há pobreza naqueles lados, pelo menos aparente. Não se vê um único mendigo (e não acho que os que pudessem haver tivessem morrido por causa do frio). Qualquer restaurante e café espelham riqueza na sua decoração.


(Sim, não é o caso deste, mas este era o tal Sports Bar)



As pessoas vestem-se todas bem, têm classe. Há raparigas lindas, as feias disfarçam bem com a maneira como se vestem. Não há ninguém que não fale bom inglês. A senhora que limpa a casa de banho do McDonald's pode dar aulas de inglês na República Checa.

A cidade combina beleza com modernidade. Não se vê um papel ou uma beata no chão, não se vê um prédio degradado. Ali sim, vive-se bem e civilizadamente.


Passámos então a tarde na "Old Town". Prédios pequenos e cuidados, ruas estreitas e iluminadas. Ao fim da tarde, fomos à esquadra da polícia e à embaixada francesa porque o Julien tinha perdido a carteira. Jantámos num restuarante ao pé do hostel e deitámo-nos cedo.


No dia seguinte, eram dez e pouco da manhã quando saímos do hostel, onde havíamos tomado o pequeno-almoço.

Andámos kilómetros nesse dia, visitámos tudo o que pudemos. Subimos à torre da antena televisiva para um vista pamorâmica da cidade. Visitámos as pequenas ilhas que fazem parte de Estocolmo.


A caminho do hostel parámos num supermercado, comprámos qualquer coisa para comer e beber.

Depois de um banho, jantámos na sala de refeições e bebemos uns copos. Jogámos ao jogo do Eu nunca", jogo este que deu para rir muito...mesmo muito. Revelações feitas e alguns copos mais tarde, íamos para um bar, apesar de ser segunda-feira.


Entretanto, dirige-me ao quarto para buscar o meu casaco e uma amiga minha, cuja identidade vou salvaguardar, estava deitada no chão do corredor a dormir. Álcoolicamente adormecida, pobre coitada.


Pusemo-la na cama e, bastante precalços mais tarde, fomos para um bar.
Disseram-nos que era dos poucos abertos à segunda-feira. Estava de facto aberto, não tinha era lá ninguém tirando meia dúzia de gatos pingados. Estivemos por lá um pouco a fazer palhaçadas e já perto das quatro voltámos para casa.


A saga ainda não tinha acabado. Chegados aos hostel, outra amiga (que tinha ficado no hostel a tomar conta da ébria adormecida) estava a ter um ataque de pânico por ter estado tanto tempo preocupada com a outra.

Entretanto, a ébria estava preocupada com a que estava a ter um ataque. Compreensível é certo, mas surreal. Como disse o Héctor, seria a morte mais estúpida do mundo, morrerem as duas de "preocupação mútua". E com razão.

Enfim, só faltou mesmo conhecer a sério a noite de Estolmo.

Grande viagem com grandes amigos numa cidade esplêndida.

Um dia lá voltarei.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Saudades.

Saudades...

Da mãe a cantar.
Das piadas parvas do pai.
Da comida da avó.
Do riso do avô.
Dos dramas da irmã (Inês).
Das palhaçadas com o primo (Fernão).
Das histórias da prima (Leonor).
Dos primos pequenos (Marta e João Pedro)
Das parvoíces dos tios (Zé e Pedro) e das perguntas "incómodas" que as tias (João e Teresa) fazem aos primos (e que me faziam quando eu era mais novo, quer dizer, ainda fazem mas já não são "incómodas").
Das tias (Pittu e Kokocha) do lado do pai, dos almoços com os primos na casa do tio Diniz.


Saudades...

De ir convosco ao Bairro.
De jantaradas convosco.
De vocês todos, muitas.
De ir ao cinema.
De pastéis de nata, bom café a 50 cêntimos, peixe grelhado, bacalhau, chouriço e tremoços.
De Sagres e Super Bock.
Do sol, do calor e da praia.
De dizer "Que frio!" com 10 graus positivos em vez de 10 negativos.
De ser bem atendido em lojas e restaurantes.
De pessoas a sorrirem na rua.
De ir a Alvalade ver o Sporting.
De jogar à bola com os amigos (embora aqui também seja giro).
De jogar à bola a sério, competição.
Dos treinos e jogos pelo G.D.Operário.
De tocar clarinete.
De jogar matrecos.
Das praxes.
De lanchar no bar da ESCS.
Da Avenida de Roma, do Rossio, do Chiado e do Bairro Alto.
Do mar e do rio.
De conduzir.
Das mulheres portuguesas (porque nem as checas são tão bonitas).
Dos almoços e jantares de família.
De concertos e festivais.

De Lisboa, de Portugal.
De vocês todos, amigos e família (eu sei que já disse).


E as saudades que vou ter de Erasmus? Até tenho "medo".





(ficaram algumas pessoas muito importantes por mostrar, apenas porque não tenho muitas fotos aqui neste pc, peço desculpa)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

E tive cá outra visita.

Foi uma grande semana e, por uma "grande semana", entenda-se uma semana sempre em festa (sim sim, não é que o resto de Erasmus seja a ser diferente mas enfim...).

Terça-feira, 13 de Janeiro

Já não saíamos todos juntos há uns dias e, portanto, estava na altura. Portugueses, espanhóis, franceses e o turco (os suspeitos do costume) e a nós se juntaram polacas, italianos, húngaros e mais umas nacionalidades. Sem nada de extraordinário, foi uma boa noite pelo facto de estarmos todos juntos.


No dia seguinte fui buscar o Bruno Miranda ao aeroporto. Esclareci logo que Brno não tem nada para ver, a maior parte das pessoas são feias e não falam inglês, mas até dá para encontrar umas checas giras por aí. Mas, isto é Erasmus...e acho que o Bruno percebeu o espírito que há aqui na residência.

Era quarta-feira, ou seja, noite de ir sair outra vez. À tarde demos uma volta por Brno, apresentei o Miranda à maior parte do pessoal aqui e num instante já ficava sem mim no quarto dos franceses a jogar PES com eles.
Hora de jantar, comemos com franceses, espanhóis e portugueses no corredor, bebemos uns copos e fomos sair.


Já é tradição, começada pelos franceses, tirar a t-shirt na música "I Will Survive", cada semana que passa há mais gente a aderir.


Não podem beber nada...

Em todas as festas de Erasmus à quarta-feira, passam a música do Euro2004 da Nelly Furtado, e os portugueses deliram. Na foto aparecemos poucos em cima do mini-palco, mas geralmente somos mesmo muitos ( e o cabelo do Reisinho está particularmente giro).

Isto é real, é mesmo um fantasma. Se não enviarem esta foto para 147 987 pessoas imediatamente, amanhã vão ser atropelados no dedo mindinho por um camião cisterna, que se vai despistar e matar 3 velhinhas (uma delas é campeã nacional de tricôt em contra-relógio), e ele vai esguichar sangue para o focinho de um cão que entretanto vos vai atacar e comer. O melhor mesmo é mandarem! ISTO NÃO É BRINCADEIRA! Já aconteceu a um amigo meu e ainda hoje estou deveras desgostoso.

Ah, e pior, se enviarem para alguma pessoa repetida, vão ser amaldiçoados pelo fantasma do Reisinho e vão ficar com um cabelo igual ao dele! Isto sim mete medo!

Uma noite divertida. De salientar que a Diana, armada em campeã, quis descer uma rua montada num caixote do lixo com a Ana. A Ana conseguiu sair ilesa...a Diana acabou com o focinho espetado na neve. Lindo!



No dia seguinte, pastámos um pouco na residência, vimos filmes, jogámos PES e outros jogos que não PlayStation.

Antes de nos deitarmos, pergunta o Miranda:

- Mano, o despertador para as 8 chega não chega?

Porque iríamos apahar o autocarro para Praga às 9:45. Eu repondo:

- Claro. Temos tempo.

Conclusão. Perdemos o autocarro porque ele pôs o despertador para as 8 horas de Portugal, cá é mais uma...
Ainda assim, ele estava felicíssimo.
Perdido o autocarro, fomos às 11 da manhã à faculdade tomar o pequeno-almoço.

Fomos para o lago aqui de Brno com o pessoal. Está completamente gelado.
Jogámos à bola, deslizámos no gelo, alguns caíram mais de 10 vezes mas continuavam a tentar, e o Miranda ficou radiante por ter feito o seu primeiro boneco de neve!

Sim, aquela caganita de neve é o primeiro boneco de neve do Miranda...

À noite, as raparigas ficaram na residência a estudar, os rapazes foram todos jantar fora.
Não foi fácil encontrar restaurante para 14 macacos mas lá encontrámos. Éramos os do costume, portugueses, franceses, espanhóis e o nosso amigo turco. Comemos bem, bebemos muito. Foi qualquer coisa como 40 litros de cerveja, mas nós não temos culpa; os checos é que só usam copos de meio litro.

O Miranda já perfeitamente integrado.

O nosso grupo.

O Miguel (espanhol) e o gadelhas.

Uma checa badocha que estava a delirar por ver 14 rapazes do sul da europa.

O Miranda a fazer um brilharete a cantar Elvis Presley - Falling in Love.



O restaurante tinha esta máquina de karaoke que era uma relíquia. Só tinha três músicas em inglês. Esgotadas as músicas em inglês, foram lá umas checas cantar o que ao início era totalmente desconhecido...quando ouvimos com atenção, era "Killing Me Softly" em checo...genial! Claro que fomos todos cantar aquilo em checo. Muito bom.

Além de karaoke, a máquina tinha videoclips...não mostrava a letra para cantar mas nós arriscámos uma. Não sei se estão a perceber o que são 14 marmanjos a cantar Britney Spears.




Grande jantar. Saímos do restaurante, andámos a cantar pelas ruas e fomos parar à discoteca do costume. Que noite brutal!


Dormida hora e meia, eu e o Miranda pusemo-nos a caminho de Budapeste. Cinco horas de autocarro e chegámos. Visitámos os monumentos principais tanto de Buda como de Peste e fomos para o hostel comer.


Na cozinha do hostel conhecemos um argentino (igualzinho ao Romagnoli) mesmo simpático que andava a visitar a Europa há um mês. Jantámos ali com ele e quis juntar-se a nós na nossa ida à SPArty.
O argentino foi ao quarto e trouxe um português que estava lá a passar o fim-de-semana sozinho.

A SPArty foi muito fixe. Foi nuns banhos termais diferentes dos da outra vez. Quatro piscinas, sauna (nunca vi nada tão quente na vida) e espaços maiores. Não vi as loucuras que vi da outra vez, mas curtimos à grande!(ainda não tenho as fotos da SPArty)

(Antes de entrarmos, conhecemos um português que mora na Av.Roma a 50 metros de mim e nunca nos cruzámos lá, qual é a probabilidade disto?)

Na manhã seguinte viemos cedo para Brno, e quando pensávamos que íamos dormir um pouco, o Julien e o Héctor vieram chamar-nos para ir jogar à bola. Não pudemos dizer que não.

A noite foi calma, PES, jogos de mímica e afins. Deu para rir bastante.

Segunda-feira, dia 19 de Janeiro.

Fomos levar o Miranda ao centro para ele ir para o aeroporto.
Foram dias brutais, obrigado pela visita mano!